Eu não sei dizer como cheguei aqui. Eu não sei.
A última coisa que lembro foi que eles me levaram algemado para um sala escura e apertada. Lá havia uma única cadeira de madeira, colocada bem no centro, sob uma lâmpada que pendia do teto emanando uma luz pálida. Foi alí que me sentaram. A sala fedia.
De tempos em tempos alguém entrava e me perguntava pelo nome. Eu não sabia do que falavam, não sabia o que queriam.
Minhas asas doíam, espremidas num capote de couro surrado. Eu tentava gritar, mas minha voz não saía. Foi quando ele entrou na sala. Eu não o conhecia, mas soube quem era só pelo jeito que me olhou. Ele percebeu meu medo. Parou em pé na minha frente e falou:
- Diga o que eles querem saber ou você será condenado a tomar a forma dos que não sabem.
- Mas eu não sei o que eles querem. - respondi.
- É simples, basta dizer o nome.
- Por favor! Supliquei. O nome de quem?
- O nome disso que você tanto quer.
Sombrio
ResponderExcluirIncrível.
ResponderExcluirEstive dentro de cada palavra
que forma essa cena.
Para mim, identificável até nas
vírgulas e pontos.
Preciso escrever pra você,
sobre isso. Uma carta. Em breve.
Beijos, queridíssimo.